O Convento de S. Francisco fica no alto de Alenquer.
É um edifício grande e com a melhor vista da vila.
No interior destaca-se o claustro com um pórtico de estilo manuelino.
Está classificado como Monumento Nacional.
É a entrada para a Sala do Capítulo e o pórtico tem figuras em pedra que representam plantas e vários animais: pássaros, leões e bambinos.
As longas arcadas de calcário que rodeiam o claustro têm ainda esferas armilares manuelinas, pequenas capelas e em alguns momentos também roupa a secar.
Parte das instalações são de um centro de dia e de um lar da Misericórdia de Alenquer.
Colorido é também o jardim que está no centro do claustro e onde encontrei um grupo de jovens da AlenPalco – Companhia de Teatro da Vila a ensaiar Romeu e Julieta.
A peça de Shakespeare vai ser representada este fim de semana e no próximo, dias 11 e 12 de Outubro.
Simão Bienart, ator e encenador, não teve dificuldade na escolha do cenário. Achou o claustro “magnifico” e escolheu-o de imediato para cenário da peça. Só depois optou por Romeu e Julieta tendo em conta as caraterísticas do espaço cuja arquitetura e os jardins se adaptam bem à história de Shakespeare.
Por outro lado, considera interessante a representação “ter lugar num espaço que muitas pessoas de Alenquer nunca visitaram”.
Frederico Ferreira é outro dos atores e acrescenta que é provável que muita gente de Alenquer pela primeira vez vá ao teatro e ao Convento de S. Francisco que remonta ao início do século XIII. “Alenquer recebeu o primeiro convento franciscano em Portugal.
O frade italiano Zacarias foi o fundador, em 1216, na antiga ermida de Santa Catarina, na parta mais baixa da vila. D. Sancha, neta de D. Afonso Henriques, ofereceu o seu paço real aos franciscanos que ao longo do tempo foram alargando o lugar de implantação. As obras do Convento só foram concluídas em 1355. A igreja é posterior, só foi concluída no reinado de D. Dinis.
O edifício que vemos hoje é já uma reconstrução do século XVI, no reinado de D. Manuel I, que deixa marcas com o estilo manuelino.
Existem vestígios da construção original, como por exemplo duas janelas” que estão junto do pórtico e foram descobertas nos trabalhos de conservação realizados na década de 80. Na história mais recente, após o final das ordens religiosas, o Convento esteve em ruínas e foi recuperado em meados do século passado.
Na parte interior do claustro vê-se igualmente um relógio de sol em mármore oferecido por Damião de Góis.
O convento pode ser visitado durante a semana e na entrada para os claustros é obrigatório contemplar o lindo e enorme painel de azulejos azuis e brancos.
Um conjunto setecentista que representa quatro imagens. Duas de paisagens e outros dois mais figurativos. Um retrata passagem pelo Convento dos “cinco mártires de Marrocos” com a Infanta Santa Sancha, (frades franciscanos que morreram no Norte de África em missão de evangelização) e ou outro representa Frei Zacarias. O trabalho é do século XVIII e é atribuído a Policarpo de Oliveira Bernardes.
O teatro e o convento de Alenquer faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
O Vou Ali e Já Venho tem o apoio: