Prometem ser das mais interessantes propostas de passeio em passadiços.  São uma construção fantástica, inserida numa paisagem única da serra da Estrela.
Têm uma extensão de quase 12 km e a maior parte acompanha o rio Mondego, quando ainda é uma criança.

O percurso dos passadiços do Mondego é entre Videmonte e a barragem do Caldeirão, com uma ligação quase até à ponte de Mizarela, onde voltamos a encontrar o rio Mondego.

Dos 12km de extensão quase 7 km são em passadiços de madeira que serpenteiam encostas da serra.

É o caso da vista em Videmonte onde o olhar se perde entre encostas distantes, com a estrutura de madeira a fazer uma linha paralela ao rio. Vai, pelo menos, até ao açude.

Na entrada do passadiço em Videmonte temos uma visão ampla da serra e da estrutura de madeira. Outra imagem que nos causa algum espanto é antes de Videmonte. Na estrada.

É fascinante a dimensão do passadiço, a forma como contorna a encosta até ao açude. Se tiver tempo aproveite o acesso rodoviário e siga em direção ao açude.

Da outra margem do rio temos uma perspetiva mais próxima do enorme engenho e esforço que foi montar este passadiço.
A minha visita foi antes da abertura dos passadiços, mas o percurso já era muito utilizado.


No outro acesso, junto à barragem do Caldeirão, uma das formas de entrar nos passadiços era passar por debaixo de uma rede metálica que alguém tinha distrocido. Dezenas de pessoas faziam esse exercício. Como me afirmou Pedro Pinto, “vem muita gente ver os passadiços. O que está a dar aqui na Guarda são os passadiços”.

Pedro Pinto trabalha num bar mesmo ao lado da ponte de Mizarela e nas proximidades temos outro acesso aos passadiços. É um refúgio. Passamos ao lado de uma antiga fábrica que está à beira rio, encontramos vários poços utilizados no verão para refrescar e num deles há um baloiço.

O passadiço aqui é uma longa serpente de madeira que nos vai levar junto da bonita e imponente cascata do Caldeirão. “Antes o caminho era por uma ribeira. Era um caminho antigo. Nem toda a gente lá podia ir. Agora com os passadiços consegue-se ir.”

Outro acesso é mesmo junto à barragem. Temos vista para o espelho de água da albufeira e para as enormes escarpas por onde se esconde a ribeira.

Os passadiços levam-nos mesmo à frente da cascata. Há um pequeno miradouro, mas muita gente segue em frente por rochas rosadas e polidas pela água.
Mais difícil é o regresso. É uma escadaria longa com dezenas de degraus.
Os percursos fora dos passadiços são em caminhos antigos muito usados pelos pastores.

Junto ao rio também se encontram antigas azenhas. Uma delas, em Videmonte, está a ser recuperada.

A pastorícia e o fabrico do pão de forma artesanal não têm a dinâmica do passado. No entanto, há diverso património que evocam essas práticas nas aldeias que integram o percurso dos passadiços. São o caso das aldeias de Trinta e Meios.

Nos passadiços não é fácil encontrar sombras e é aconselhável evitar-se as horas de maior calor. São preferíveis outras alternativas como a praia fluvial de Videmonte, a Quinta da Taberna, a praia fluvial da barragem ou os poços do Mondego próximo da ponte de Mizarela.

Os fabulosos passadiços do Mondego faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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