Os bordados de Nisa são muito afamados e alguns até vestem rainhas. É o caso de Letícia. A rainha de Espanha tem uma das capas de arte aplicada em feltro que são muito conhecidas no estrangeiro. Antes as capas e cobertores eram exportados quase em exclusivo para os EUA. Agora a maior parte vai para Itália.
É um património de Nisa e está certificada. As peças são feitas em feltro sobre feltro, todo cozido e cortado. Exige muito trabalho. Todo o processo é manual e antigamente as pessoas aplicavam um papel.
Esta arte é utilizada na produção de uma grande diversidade de peças. Além das capas e cobertores fazem também saias de Camila, cortinados, colchas, almofadas… As pessoas podem encomendar o que quiserem.
Antes as capas e cobertores eram exportados quase em exclusivo para os EUA. Agora a maior parte vai para Itália, como também tapetes.
Há duas casas especializadas e há mulheres que fazem de modo complementar à sua profissão. Algumas artesãs têm grande reputação internacional e produzem peças com design moderno.
Outra arte que se destaca é o chamado Bordado de Nisa. É feito em feltro, preto ou branco. Sempre com cores matizadas para dar realce. Predomina o ponto cadeia. Com este bordado produzem colchas, quadros, painéis e os mais conhecidas são enxarpes e os xailes de Nisa. Os feitos em feltro preto são muito usados por fadistas.
Os xailes são muito coloridos e sempre com desenhos de flores. O xaile pertence ao traje tradicional de Nisa e este é um dos motivos porque este tipo de bordado era ensinado desde muito cedo às raparigas.
Isabel Pinheiro, cuja família tem uma loja de artesanato em Nisa, começou a aprender aos quatro anos de idade. Aprendeu com uma mestre. A mãe levou-a a aprender mais as irmãs ao antigo “asilo” onde estavam as senhoras que transmitiam o conhecido e a experiência.
Esta é uma prática que entrou em desuso. Hoje bordado é feito apenas por pessoas com mais de 50 anos. A maior parte faz para uso doméstico. Pouca gente produz para venda.
Em Nisa pode ver os bordados em lojas, na casa de artesãs ou no Museu do Bordado e do Barro que fica no centro histórico.
Há ainda o Núcleo do Bordado que funciona numa casa tradicional. Estão em exposição peças bordadas e muitas fotografias das bordadeiras sentadas à porta de casa. Esta era uma prática muito usual há algumas décadas atrás.
Eram as jovens que faziam o seu enxoval, a chamada cama da noiva, com colchas, cobertores, lençóis, toalhas… Outras mulheres aprendiam cedo com as bordadeiras para obterem algum rendimento económico. Estas práticas fizeram dos bordados de Nisa uma arte popular.
Bordado de Nisa para fadista faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.