O Bordado de Tibaldinho exprime-se através de uma linguagem de buracos que estruturam o efeito decorativo.

Segundo a bordadeira Cidália Rodrigues, “quanto mais cortamos o pano liso com a tesoura, fazemos buracos, olha o grande, olha o pequenino, mais bonita fica. Depois é a variedade de pontos e de motivos: flores, malmequeres, aves…. Quanto mais motivos tiver mais bonito fica.”

Cidália Rodrigues a decorar o pano branco
Cidália Rodrigues a decorar o pano branco

O pano branco é de linho ou algodão e as linhas são 100% algodão e da mesma cor.
Cidália Rodrigues é bordadeira e vive em Tibaldinho, a aldeia do concelho de Mangualde que dá o nome a esta arte com cerca de dois séculos de história.

Bordado de Tibaldinho
Bordado de Tibaldinho

Há registo de bordado com o nome de Tibaldinho no Rio De Janeiro. Em 1922 na exposição comemorativa do primeiro centenário da independência do Brasil. Há também exemplares antigos com quase dois séculos.
O bordado era feito pelas mulheres ao longo do ano e constituía uma importante fonte de receita para a economia familiar.

Bordado de Tibaldinho
Bordado de Tibaldinho

Era uma prática quase diária na freguesia de Alcafache que depois se alargou a outras aldeias do concelho.
O conhecimento era transmitido de mãe para filha. De inicio a maior parte do bordado era para toalhas de mesa, lençóis e panos decorativos para mobiliário. Estendeu-se a roupa interior e a maior variedade de peças decorativas. Também foi usado para fins religiosos.

 Inventariação e registo do Bordado de Tibaldinho
Inventariação e registo do Bordado de Tibaldinho

Tendo em conta a sua importância como património cultural e com o objectivo de preservação a Câmara de Mangualde fez a inventariação e o registo do processo de confeção do Bordado de Tibaldinho no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial.

O Bordado de Tibaldinho está certificado
O Bordado de Tibaldinho está certificado

O processo de produção dos Bordados de Tibaldinho está igualmente certificado e abrange os concelhos de Mangualde, Viseu e Nelas para onde a arte se expandiu. Na aldeia de Tibaldinho estão certificadas meia dúzia de bordadeiras.
Pode-se visitar alguns ateliers e ver as bordadeiras a trabalhar como é o caso de Cidália Rodrigues.
Na visita não deixe de ir ver o ambiente romântico do rio Dão e a ponte que separa os concelhos de Viseu de Mangualde, mesmo em frente das Termas e da praia fluvial.

Cidália Rodrigues
Cidália Rodrigues

Os buracos do Bordado de Tibaldinho – “olha o grande, olha o pequenino” faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.

O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:Af_Identidade_CMYK_AssoMutualistaAssinaturaBranco_Baixo

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