É Brutal! Este é o comentário mais frequente sobre a Poça de Simão Dias na Fajã do Ouvidor, na ilha açoriana de S. Jorge. É uma piscina natural e o comentário é certeiro porque a sensação é mesmo essa.
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Brutal pelo efeito que provoca num primeiro olhar, bruta pela dimensão das escarpas de basalto, muito altas e com rochas salientes, suficientes para travar a força do oceano.
Brutal também pelo contraste entre o negro do basalto e o azul límpido da água e por último, porque é selvagem, os elementos naturais estão quase em estado puro. É insignificante a intervenção humana.
É extensa e irregular devido às formações rochosas que estão dispersas e são resultado de erupções vulcânicas.
Há mais piscinas naturais em redor da Fajã do Ouvidor.
Aqui são chamadas de Poças e a outra que também fica próximo é a do Caneiro. É um deleite para os muitos banhistas que se aventuram. Outros manifestam receio e ficam apenas pelo ligeiro contacto com a água.
A Poça de Simão Dias é a maior de todas as piscinas naturais e é um dos lugares de maior beleza natural da ilha de S. Jorge.
É relativamente fácil de visitar. No extremo da Fajã do Ouvidor há alguns trilhos e um deles tem uma vista do alto de uma escarpa. Outro caminho é pelas pedras e rochas e leva-nos à zona mais profunda, junto à água e à parte submersa do basalto com contornos que ficam amarelos, acrescentando cores ao azul celeste da água do Atlântico.
A beleza natural da Fajã do Ouvidor não se fica pelas piscinas naturais. Há um miradouro no alto da serra que nos oferece uma bela visão de conjunto.
A Fajã é uma pequena zona plana entre o oceano e as montanhas. Uma parcela minúscula de terra comparada com a encosta da montanha que a cerca, com cerca de 400 metros de altura.
Está toda verde, com uma vegetação densa, tal como os terrenos em redor das casas.
São menos de uma centena de habitações, quase toda pintadas de branco e uma ou outra com o basalto à vista. As casas estão dispersas e algumas localizam-se próximo das ravinas basálticas junto ao mar.
A Fajã do Ouvidor tem um porto e é frequente a presença de embarcações.
A actividade piscatória já foi mais relevante como também a produção de cereais.
Há alguns moinhos, com rodas para girarem de acordo com a direcção do vento, mas são mais para exibição da arte do passado. A produção de vinho também é menor o que por vezes criou algumas dificuldades quando se reunia o vinho oferecido pela povoação para a festa dos mancebos. Nem sempre a mistura resultava bem. Agora compram parte do vinho e vão apurando à procura de melhor qualidade.
Estas festas realizam-se na altura do Espírito Santo, a seguir à Páscoa e são pagãs. São duas festas. Na quinta-feira da Trindade é a dos mancebos novos. Na quinta-feira do Espírito Santo é a dos mancebos velhos.
São 15 dias de festa, começou por ser local mas agora já envolve pessoas de toda a ilha que contribuem e aparecem para confraternizar.
Uma outra altura em que vale a pena dar um banho na Poça de Simão Dias e visitar a Fajã é em breve, no terceiro domingo de Setembro. É a festa da padroeira local, Nossa Senhora das Dores, que tem uma ermida construída no inicio do século XX.
É brutal a Poça de Simão Dias faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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