Uma viagem ao Cromeleque dos Almendres, “uma pérola da arqueologia europeia”, complementada com arqueologia experimental onde podemos produzir objectos e até fazer fogo com sílex e pirite, tal como na pré-história.

Estes são alguns dos objectivos do Centro Interpretativo dos Almendres, na aldeia de Guadalupe, concelho de Évora, no caminho para o sitio arqueológico.

Facilmente se identifica a construção devido ao revestimento exterior em cortiça.

Ao lado, vemos um pequeno anfiteatro e construções em escala real e com materiais e técnicas que reproduzem os abrigos do tempo do paelolitico. Vemos ainda uma cabana do neolitio.

É aqui que têm lugar muitas iniciativas desenvolvidas pela Ebora Megalitica de que o arqueólogo Mário Carvalho é fundador. Muitas são dirigidas aos alunos do 5º e 7º ano.

São “aulas práticas onde os alunos podem ter contacto com réplicas de materiais, estruturas e diferentes tecnologias. Procuramos acrescentar conhecimentos sobre a pré-história de uma forma lúdica e entusiasmante.”

Estas iniciativas têm de ser agendadas pelas escolas, como também oficinas dedicadas a vários temas.
Adultos e famílias podem aceder ao centro interpretativo e participar em várias atividades,

“nomeadamente arqueologia experimental, onde podem aprender várias tecnologias da pré-história, produzir objectos – pedra lascada, cerâmica, corda com fibras naturais. O disparo de armas pré-históricas, por norma, agrada a quase todas as crianças.

O fogo desperta também muito interesse… Ensinamos duas formas de fazer fogo. Uma através da percussão, sílex com pirite, e a outra através da fricção de madeira.
Na minha opinião é mais fácil a percussão. Talvez, por isso, tenha sido a primeira forma inventada de fazer fogo. A percussão com sílex e pirite é muito fácil. Até as crianças pequenas conseguem fazer.”

O centro interpretativo fica a menos de 3km do Cromeleque dos Almendres e um dos objetivos é apoiar a visitação.
Muita gente que se desloca ao monumento megalítico visita as instalações onde há informação sobre arqueologia e ecologia, designadamente numa dúzia de painéis.

O cromeleque desperta o interesse de milhares de pessoas e tem enorme potencial. “É uma pérola da arqueologia europeia. Embora o governo português ainda não lhe tenha atribuído a devida importância, ele é conhecido pelo público que gosta destes temas da pré-história e atrai dezenas de milhares de pessoas todos os anos.”

Évora Capital Europeia da Cultura 2027 é uma excelente oportunidade para valorizar este património, assim como a Anta Grande do Zambujeiro, a maior na Península Ibérica.

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