A ilha do Faial é a síntese dos Açores. Uma vida marítima intensa com ponto de passagem na baía natural da cidade da Horta, tem crateras, enseada e, nos últimos 60 anos, a história do próprio arquipélago contada pelo Vulcão dos Capelinhos.
João Melo, director do Parque Natural do Faial diz que “é a paisagem mais recente de Portugal e está carregada de história.
Devido à erupção que foi estudada por cientistas como também pela alteração demográfica que provocou nos Açores. Deu origem a um fluxo emigratório para os EUA de mais de 100 mil açorianos. Só da ilha do Faial emigraram 10 mil.”
João Melo sublinha ainda o crescimento físico da própria ilha. Com a erupção em 1957 o Faial cresceu cerca de 2 km e há uma vasta área cinzenta que percorremos a pé e onde se tem a noção do que o vulcão destruiu e também das novas formações geológicas. É neste lugar que está “soterrado” o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos que podemos visitar para melhor a vulcanologia, o que se passou no Faial, os testemunhos e os efeito sociais.
Um outro lugar de passagem obrigatório é a Caldeira. O que era o topo de uma montanha passou a cratera com 400 metros de profundidade. Está toda vestida de verde cujos tons variam com a luz do sol e a passagem das nuvens.
Por outro lado, o isolamento e a dificuldade de intrusão do homem permitiu a preservação de “um santuário de biodiversidade. No interior da caldeira estão 75% das espécies endémicas dos Açores.”
Pode-se caminhar em volta da cratera mas no interior só com guia. Do alto da montanha sentimos o vento e o prazer da vista. “A paisagem é deslumbrante e única. Do perímetro da cratera consegue-se ver toda a ilha do Faial e ainda o Pico, S. Jorge e Graciosa.”
Quem quiser um contacto mais directo com a natureza tem 10 trilhos à escolha. João Melo recomenda “para os mais afoitos” a Grande Rota do Faial. Tem uma forte contextualização histórica. Começa na ponta mais antiga do Faial, com 800 mil anos, e acaba no Vulcão dos Capelinhos. Passa pela Caldeira.
Um percurso mais ligeiro é o dos “10 vulcões”. Tem 19km e consegue-se fazer em cerca de 4h.
O Parque tem quatro centros de interpretação e são um apoio adequado para quem pretende explorar as riquezas naturais.
Na bonita cidade da Horta temos de dar um passeio em frente da marina, sempre com o olhar dividido para o Pico, que fica mesmo em frente.
Como teriam feito os colonos flamengos que chegaram aqui no final do século XV. Do apelido de um deles deriva o nome da cidade da Horta.
Para se ter uma vista de conjunto da cidade uma boa perceptiva é do Monte da Guia ou do outro lado da baía, no alto da encosta a caminho da praia do Almoxarife. Há o fantástico miradouro de Nossa Senhora da Conceição. Oferece-nos uma vista da praia, da Horta e da ilha do Pico.
Outra vista interessante é no barco que faz a travessia até à Madalena, na ilha do Pico.
Este programa contou com ajuda à produção da Ilha Verde Rent a Car
Faial conta a história natural dos Açores faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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