A cidade da Horta é um anfiteatro virado para a baía e para a ilha do Pico, para o ponto mais alto de Portugal.
A Horta alonga-se pela encosta, sempre virada para o oceano, para uma das maiores e melhores marinas naturais em toda a costa atlântica.
Dizem os especialistas que este é um dos melhores portos naturais. “Há uma corrente natural das Caraíbas que termina aqui.
Esta é a principal razão para o Faial ser a ilha náutica dos Açores.”  Acrescenta Duarte Pinto, gerente do Peter Café Sport, que “desde há muitos anos que quando se atravessa o Atlântico a paragem é aqui porque as próprias correntes o ajudam.”
Quem há 300 anos tivesse um percalço com o barco, por exemplo, perdesse o leme ou o mastro, “com um pouco de sorte vinha até aqui.”

O coração da cidade é a baía e foi o porto e as condições naturais que ajudaram o seu crescimento.
É por este motivo que habitualmente a marina da Horta está repleta de iates. É ponto de paragem de milhares de barcos que atravessam o Atlântico Norte e dão à cidade um “ambiente cosmopolita”, como diz João Melo, diretor do Parque Natural do Faial.
Nos dois extremos da baía, nos pontos mais altos, temos uma vista soberba do estreito de mar, entre o Pico e o Faial. O olhar centra-se no mar, nos tons vivos das embarcações, e em terra, a partir da marginal, no casario da cidade a subir a colina e sempre virado para a marina.

No cais um enorme mural espelha a diversidade de nacionalidades e é o testemunho da passagem pela Horta. O significado não é apenas decorativo, é também supersticioso. Desejo de sorte para o resto da viagem.

O fervor é grande porque “quem está a atravessar o Atlântico não quer falta de sorte”.

É a mesma superstição que, há mais tempo, leva os marinheiros a deixar uma bandeira no interior do Peter Café Sport, que fica em frente da baía, na marginal. Ainda nas palavras de Duarte Pinto, o gesto é também o reconhecimento de alguém que ganhou fama no mundo náutico por auxiliar os navegantes.
“Um dos presentes comuns em todos os barcos é a bandeira da embarcação. Faz parte da tradição fazer a travessia e deixar a bandeira do barco em sinal de boa sorte para o resto da viagem.”
O interior do café está repleto de testemunhos de todo o planeta e alguns representam também histórias de solidariedade e camaradagem.

A galeria de presentes alargou-se aos baleeiros e no primeiro piso há um núcleo museológico com centenas de peças em marfim.

Para quem passe mais do que um dia no Faial é obrigatório um passeio à noite na marginal. As luzes dos iates cintilam no mar, mas o mais fascinante é ver o acender e apagar de luzes na ilha em frente, no Pico.

Durante o dia, na marginal ou nos dois pontos altos nos extremos da marina, olhar para o ponto mais alto de Portugal é quase uma obsessão porque a cada momento muda a vista, tomando sempre novas qualidades.

A cosmopolita marina da cidade da Horta faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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