A Berlenga é caso único na costa continental portuguesa. Na verdade, devido à sua dimensão, é a única a que com propriedade se pode chamar de “ilha”.
A Berlenga é caso único na costa continental portuguesa. Na verdade, devido à sua dimensão, é a única a que com propriedade se pode chamar de “ilha”.
Fica a pouco mais de 10km de Peniche e a Berlenga é vizinha de ilhéus, constituindo um arquipélago.
A Berlenga é habitada e o arquipélago está classificado como Reserva Natural e há quase uma década foi eleito Reserva da Biosfera pela Unesco.
É uma zona de nidificação e refúgio para muitas aves. Neste período do ano e até Novembro é ponto de passagem para algumas aves migratórias.
As Berlengas são também a casa de três espécies de plantas únicas no Mundo e duas delas podem ser vistas facilmente na visita à ilha porque se localizam próximo dos trilhos.
É o caso da Arméria das Berlengas e da Publicária. A Herniaria das Berlengas já é mais difícil porque é muito pequena e encontra-se em zonas rochosas conforme nos descreveu Joana Andrade, coordenadora do Departamento de Conservação Marinha da SPEA, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
Durante cinco anos liderou o projeto LIFE Berlengas que recuperou e restaurou o habitat da ilha das Berlengas. Procurou-se manter as populações de aves marinhas e remover ou eliminar ameaças à avifauna local.
Foi ainda recolhida informação e preparada a visitação à Berlenga, por exemplo, com a criação de um centro interpretativo. Quem fizer agora a visita dificilmente encontra um rato preto, coelhos e uma planta, o chorão das praias, uma espécie invasora que foi levada para a ilha.
Segundo Joana Andrade ao percorrermos agora os trilhos até ao Farol ou olharmos para as arribas rochosas já temos uma paisagem ligeiramente diferente e que varia muito ao longo do ano.
No inverno a vegetação está mais verde. Há plantas que crescem muito. “No inicio de Março começam a aparecer as flores ao longo de toda a ilha e em alguns pontos varia a coloração.
No verão há outras atrações como por exemplo mergulhar nas águas límpidas e que têm uma beleza caraterística. Apesar de serem frias, vale a pena um mergulho na Berlenga.”
A opção do mergulho é numa das praias mais bonitas de Portugal. A praia do Carreiro do Mosteiro é uma piscina natural por estar protegida por longas arribas e a água é absolutamente transparente e esverdeada.
Mergulhar nas águas transparentes, andar pelos trilhos, visitar o Forte, observar grutas de grande beleza ou ter a sorte de observar golfinhos são complementos à (bio)diversidade que a Berlenga nos oferece. “Que, já por si, é muito rica.
Há uma subespécie de lagartixa que é única no planeta. É também o único local no continente onde nidifica a cagarra e o roque-de-castro. Encontramos também a maior colónia de gaivotas de pata amarela. A nível geológico tem a particularidade de num reduzido âmbito geográfico encontramos ilhas com formações rochosas diferentes. A Berlenga com granito rosa e os Farilhões com rochas metamórficas. Curioso terem uma história geológica diferente apesar de pertencerem ao mesmo arquipélago.”
Na visita à Berlenga, para quem vai pernoitar e quer dar um passeio, aconselha-se a levar uma lanterna e entende-se bem a sensação de Joana Andrade após dormir algumas semanas na ilha no decorrer do projeto Life. “É mágico, sobretudo fora do período balnear em que há grande agitação. No Inverno e na Primavera em que o ambiente é mais calmo, mais tranquilo, apenas com a atividade dos pescadores. Estar assim num contexto isolado é maravilhoso.”
Além do património natural a Berlenga tem ainda o pequeno bairro dos pescadores, o Farol Duque de Bragança e o forte de S. João Baptista que têm muitas histórias para contar de frades, piratas e nacionalista que ficam para outra oportunidade.
A vida nas Berlengas faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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