Mogadouro deve ser olhado antes de chegarmos à vila. Da estrada principal, a cerca de 2km. Olhamos para o alto da colina da vila e vemos três torres. São elas que marcam a história e o pulsar da vila, pelo menos durante alguns séculos.


Duas estão no castelo e uma delas é a de torre de menagem. A outra é a da igreja Matriz.
Há uma outra igreja, no outro lado da fortificação, mas a da Misericórdia é mais simples, mais pequena. O sino está um pouco acima da porta de entrada.

Relativamente próximo está o pelourinho, discreto, talvez com 4 metros de altura, meio tosco, mas aguenta-se bem. É do século XVI.

Estas são as principais marcas do centro histórico que é de visita obrigatória, embora, o dia a dia dos mogadourenses se tenha mudado para o sopé da encosta.
A zona histórica revela a tradição defensiva nos lugares mais altos e que foi perdendo relevância em tempo de paz. As ruinas, são também sinal de tranquilidade. Hoje, lugar mais para visitação.


“As linhas do castelo, a muralha e uma torre que está fechada ao público. Pode ser visitada após pedido à Câmara Municipal. Era uma antiga defesa dos nossos vizinhos espanhóis, uma linha defensiva da qual também fazem parte os castelos de Penas Roias, Algoso, Outeiro… até chegar a Bragança. Eles comunicavam entre si e dá para ver de um castelo para outro”.
Tal como refere Luzia Salgado, do Turismo de Mogadouro, do castelo de Mogadouro conseguimos ver o castelo de Penas Róias.

A vista alcança também o recortado do planalto mirandês. Noutra direção avistamos as montanhas que o Douro contorna junto à fronteira com Espanha e, no sentido inverso, a bacia do Sabor.


Estes dois rios limitam o concelho de Mogadouro e revelam igualmente a sua importância estratégica, pelo menos nos tempos de defesa dos mouros e dos leoneses. Hoje continua hasteada a bandeira portuguesa no topo da torre de menagem, mas, seguramente, tem um simbolismo bem diferente da altura em que a torre foi construída, no século XII, em cimo de uma zona rochosa.


O xisto funde-se com a parede da fortificação e uma escada metálica facilita o aceso ao interior. Restam algumas ruínas que nunca lembraria que teria existido aqui um palácio, da família dos Távoras. Esteve nas mãos desta família da nobreza, até ao século XVII quando foram quase todos executados em Lisboa acusados de cumplicidade na alegada tentativa de assassínio do rei D. José.


Para reforço da defesa do castelo, nos séculos XIV e XV foram construídas quatro torres juntos das muralhas e uma ainda se mantém de pé.
O castelo de Mogadouro está classificado Monumento Nacional.


Ao lado da estrutura defensiva há algum casario com traça antiga. Casas de granito com porta de madeira.


A área urbana mais recente é muito diferente. Desde início do século XX que a vila ganha dinamismo próximo da praça central, ao lado do antigo Convento de S. Francisco.


“O convento de S. Francisco é onde está Câmara Municipal. Tem ainda a igreja que pode ser visitada.
Na cave do antigo convento existe o museu de arqueologia onde podemos descobrir a história do concelho de Mogadouro. O arqueólogo do Museu pode fazer a visita guiada ao Convento”, referiu-nos ainda Luzia Salgado.

A visita guiada é essencialmente à igreja do Convento. O interior é franciscano, simples, com pouca ostentação. O altar mor tem pinturas alusivas a S. Francisco e ao lado estão duas estátuas do mesmo santo.

Uma das capelas laterais é mais vistosa, com muita talha dourada e deve-se a um dos membros da família dos Távora que reconstruiu o interior da igreja no início do século XVII após um incêndio.

A fachada da igreja é discreta, mas imponente. É em granito e tem uma imagem de S. Francisco.
Ao lado da igreja estende-se o imenso edifício do convento onde funciona a Câmara Municipal.
Em frente há um largo muito grande com uma estátua de S. Francisco.

Não muito longe, na praça principal, destaca-se outra estátua, a do escritor Trindade Coelho.
O Museu é essencialmente um repositório de várias peças recolhidas em importantes sítios arqueológicos do concelho.


Estão referenciados mais de 30 e levam-nos numa janela do tempo que começa na pré-história. Alguns destes lugares podem ser descobertos em vários percursos pedestres.
Por volta de Março toda a região de Mogadouro fica engalanada com as amendoeiras em flor.



Castelo de Mogadouro – o inicio da linha defensiva do nordeste transmontano
faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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