Esta quarta-feira, dia 22 de Setembro, às 20.21h, começa o Outono no Hemisfério Norte. Vamos assinalar o Equinócio com uma ida ao OLA Alqueva. A albufeira da barragem foi pioneira ao ser classificada como Reserva Drk Sky o que revela as suas qualidades para observação astronómicas.

O primeiro observatório da Reserva foi o OLA, Observatório do Lago Alqueva.
É um dos primeiros edifícios na Europa criado para observação astronómicas e foi construído de raiz com materiais selecionados para evitar a absorção de calor ou anular a vibração provocado pelo nosso andar.

O observatório está a dois três quilómetros da albufeira e à noite descemos a um anfiteatro natural onde, sem qualquer filtro ou binóculo, já conseguimos ver milhares de objetos celestes.
Depois da vista se habituar ao escuro podemos então recorrer aos telescópios.

Quem nos visita nas observações astronómicas diárias tem um guia que os acompanha para procurar os objetos mais básicos, como são exemplos a Estrela Polar, a Ursa Maior, a Menor, e também algumas histórias mitológicas mais conhecidas”. Ainda na descrição de Leonel Godinho, proprietário do Observatório, “com os telescópios observamos galáxias, nebulosas, planetas que se encontram a partir do céu magnifico do Alqueva.”

Leonel Godinho

Leonel Godinho acrescenta que consoante a altura do ano e até da própria hora, varia a observação de determinados objetos celestes. Com a ajuda dos telescópios é ainda mais difícil imaginar a viagem que fazemos no tempo.
Vimos galáxias, por exemplo, que a luz quando foi emitida de lá nós éramos Australopitecos. Estamos a falar de milhões anos luz, quase nos primórdios da existência humana. Nós temos telescópios que dão para observar o Sol, planetas, magnitudes muito grandes.”

O guia aproveita a nossa curiosidade para chamar a atenção para outro tipo de constelações: mitos, lendas e ideias feitas, algumas alimentadas pela comunicação social.
É exemplo as noites de lua cheia. “São noites em que a lua se vê muito bem, mas os outros objetos ficam escondidos devido à luminosidade da lua. É mais difícil ver objetos raros.
Aconselho a que venham nos dias de lua nova, está uma maior escuridão e podem-se ver muitos objectos.”

Em tom irónico Leonel Godinho refere que “se quiserem ler o jornal à noite venham num dia de lua cheia. Quem gosta de ver objetos celestes, de céu profundo, os dias de lua nova são muito melhores. ( A próxima fase de Lua Nova é de 6 a 13 de Outubro).
A comunicação social dá sempre a ideia que as noites mais bonitas são as da lua cheia, mas para os astrónomos não é bem assim.”

A procura de um discurso mais sólido, do ponto de vista cientifico, é uma das premissas do laboratório que tem como diretor o astrofísico Nelson Nunes. “Todos os conhecimentos que são transmitidos têm uma base cientifica muito sólida. Mas também queremos que as pessoas saiam daqui a divertidas e com conhecimentos básicos de astronomia.”

Além das observações noturnas realizam outras atividades durante o dia e muitas são dirigidas para os mais novos, onde percorrem “um sistema solar à escala com vários planetas e conseguimos identificar a distância entre eles e os diâmetros. Temos também relógios de sol onde as pessoas aprendem a ver as horas à noite. Temos outras atividades como por exemplo, como se detetam as crateras na Lua, como se formam os anéis, jogos de reflexão e refração de luz. Outra muito atrativa é a observação do sol”.

O observatório fica junto à estrada entre Monsaraz e a praia fluvial e tem um excelente enquadramento com vista para três castelos: Monsaraz, Mourão e Terena.

OLA Alqueva celestial faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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