Esta é a melhor altura para se visitar o surpreendente Museu do Azeite em Bobadela de Oliveira de Azeméis. Além da arquitetura e do acervo do museu podemos ver a azeitona a chegar e o azeite a ser produzido.

O edifício vizinho do Museu do Azeite é um lagar. “Quem nos visita de Novembro a Janeiro tem o privilegio de assistir à produção de azeite em tempo real onde o fundador do museu criou o seu primeiro lagar.”

Alexandra Dias fez-nos uma visita guiada. Ela é uma das filhas de António Dias que concretizou o sonho de construir um museu que espelha a produção de azeite ao longo do tempo.

Foi um sonho. Em Portugal não existe um espaço onde se conte a evolução da produção de azeite. Da época primitiva aos dias de hoje. Há lagares que foram reconstruídos, mas cingem-se apenas àquela época, não a toda a história.”

As peças foram recolhidas em várias regiões de Portugal ao longo de duas décadas. Diz António Dias que “quando encontrava um lagar antigo ia ver o que estava dentro do edifício. Escolhia sempre o mais antigo. Foi assim que comecei a trazer a coleção para aqui.”

O acervo é diversificado. Desde pequenos instrumentos a peças enormes de pedra, para moagem, ou troncos muito grandes, dos chamados lagares de varas. O propósito é contar uma história. “Desde os romanos, ao século XIX, depois o hidráulico, movido a água, o século XX e depois o lagar elétrico onde tudo já funciona movido a motor.”

Só as peças alusivas à época romana são réplicas. Todas as outras são originais.
António Dias visitou alguns museus sobre o mesmo tema em Espanha e Itália para se inteirar de como criar um espaço museológico.

Ficou encantado quando viu um projecto de arquitectura para uma escola, como conta a mulher Maria Manuela Dias: “o meu marido gostou do projecto e decidiu realizar o museu. O projeto é um ramo de oliveira. Os edifícios são as folhas e as azeitonas.”

O projeto é do arquiteto Vasco Teixeira e é surpreendente ao conceber o espaço como um ramo de oliveira. No testemunho de Alexandra, é um dos motivos de deslumbramento dos visitantes.

“Ficam surpreendidos pela grandiosidade do museu. Por outro lado, para além de se contar a história da produção de azeite, há também a componente tecnológica e lúdico-pedagógica para complementar a história e ajuda imenso as crianças.
Em todas as salas há um painel interativo e jogos ao longo do corredor central, do caule do ramo de oliveira.”

O Museu foi inaugurado em Março de 2019, é gerido pela família. As receitas são de bilheteira e de eventos que realizam. A sustentabilidade do projeto não tem sido fácil, nas contas de António Dias.

“Depois da obra surgiu a pandemia e o museu esteve fechado dois anos. Agora também não está fácil e o movimento não sustenta o museu.”

António Dias tem três lagares. O primeiro foi aqui, na Bobadela de Oliveira do Hospital. Curiosamente, não é uma região com muita produção de azeitona.
O negócio neste ramo foi começado por António Dias. “Na altura era ainda manual, com prensas. Depois evoluiu para continuo como se pode ver no lagar.”

O museu, além do complemento do lagar, tem ainda um restaurante e uma vista magnifica para a serra da Estrela.

Outra visita interessante é às ruínas romanas no centro histórico de Bobadela.

Museu do Azeite em forma de ramo de oliveira faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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