É uma surpresa fascinante. O conjunto de depósitos em cimento da antiga Junta Nacional dos Vinhos está complemente decorado com pinturas murais. A arquitetura, as pinturas e o enquadramento do local provocam uma reação de espanto.

Os depósitos de vinho ficam escondidos na parte traseira do edifício principal que está ao lado da estrada para Aveiras de Cima. Só ao contornarmos a construção é que vemos cerca de uma dezena de depósitos. Cada um com 3 a 4 metros de altura e de forma oval.

Todos têm a decoração de um mural, pinturas figurativas ou abstratas.

Muitas foram concebidas tendo em conta a forma arredondada das superfícies e a primeira sensação que provocam é de espanto. Pela beleza do efeito visual num lugar inusitado. Onde até as boas vindas são dadas com algum lixo.

É uma fantástica e surpreendente galeria de arte ao ar livre. “Sim, eles adaptaram as pinturas ao contraste das instalações, acho que ficou bonito. Há que saber apreciar a arte urbana, embora também existam gatafunhos. Mas, nem todos nascem com arte.”

A opinião é de Bruno Martins que praticava exercícios físicos num edifício ao lado que também pertence às antigas instalações da Junta Nacional dos Vinhos de Aveiras de Cima e que faziam parte da delegação do Cartaxo. Este edifício tem dois pisos e um enorme terraço. No interior encontramos igualmente algumas pinturas.

No edifício principal os corredores estão repletos de murais e algumas têm a assinatura de Vile.
Ficam na memória e no registo fotográfico porque são de grande beleza.

O lugar não é muito conhecido. Há algumas referências na internet e Bruno Martins refere que, só esporadicamente, vê algumas pessoas no local.

No caso das instalações onde se armazenava o vinho ou álcool, junta-se a arquitetura dos depósitos.
O teto arredondado e com uma tampa na parte mais alta.
Acede-se por uma pequena fila de escadas.
Há uma passagem para o piso superior e podemos ver melhor o conjunto, como também as pinturas.

A Junta Nacional dos Vinhos foi extinta em 1986. Parte do seu património foi herdado pelo Instituto do Vinho e da Vinha, cuja sigla vemos hasteada no edifício principal.

Algum do património da antiga Junta está ao abandono, outro foi reaproveitado para uso das comunidades locais e um dos polos mas relevantes é em Alcobaça que foi aproveitado para ser constituído o maior museu do vinho em Portugal

É também curioso como esta galeria de arte ao ar livre fica de fora de duas iniciativas que ocorrem em Aveiras de Cima. O TransformArte, que aposta na arte urbana, e a Festa do Vinho e das Adegas

Uma “embriaguez” de arte urbana em Aveiras de Cima faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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