O Biscoito da Teixeira é um doce tradicional da região do Douro. A versão mais conhecida é do concelho de Baião, com origem na freguesia de Teixeira. É usual encontrar-se em feiras e romarias.
O mesmo sucede com o biscoito da Teixeira mas com a receita e o saber fazer de Lamego.

São biscoitos diferentes, embora tenham o mesmo nome.

Biscoito da Teixeira, de Baião
@visitbaiao.pt

“O da zona de Baião é mais escuro, mais parecido com um bolo. O nosso fica mais estaladiço e é mais branco. Temos também o amarelo porque leva ovos.” A explicação é de Cristina Lobão que fabrica o biscoito da Teixeira de Lamego.

A massa interior é branca, a textura é suave, pouco doce e domina o sabor a limão.
O formato também é diferente. É retangular e os biscoitos que Cristina Lobão fabrica têm a forma de um oito deitado. “Fazem-se duas rodas nas formas. Vai ao forno e fica com esse feitio, com a forma de um oito.

Ao contrário de muitos doces regionais, provenientes da doçaria conventual, os biscoitos da Teixeira terão origem em comunidades de escassos recursos tendo em conta os poucos ingredientes.  O “biscoito branco é o mais tradicional. O amarelo surgiu depois. Leva na mesma açúcar, farinha e limão, mas tem ainda ovos e canela.”

A receita passou de geração em geração, mas não está massificada. Só algumas famílias conhecem o segredo a que a mãe de Cristina Lobão teve acesso há várias décadas. “Só quem está no ramo é que sabe fazer. Isto tem um segredo. Só as senhoras biscoteiras é que o sabem fazer.”

A textura, o sabor suave e o facto de se poder guardar durante algum tempo ajuda a que seja consumido em festas e romarias. “Gostam muito de os consumir com café, vinho do Porto ou champanhe.”

Devido a este ritual, quando de uma romaria na região de Lamego, Cristina Lobão aumenta a produção.

Produzem durante todo o ano. Já temos clientes certos e estamos sempre a fazer. No Verão é maior a quantidade.”

A tradição, o consumo habitual, seja em casa ou em festividades, por visitantes ou emigrantes, permite uma produção contínua.

Muitos dos clientes vão ao seu encontro no ponto de venda ambulante em Lamego, na Av. Dr. Alfredo de Sousa, relativamente próximo das escadas de Nossa Senhora dos Remédios, “vendo sempre todo o ano na Avenida”.

Foi a mãe, Delfina Adrega, que popularizou a banca com os doces regionais a satisfazer a gula dos locais e visitantes. Agora, dos seis irmãos, foi Cristina Lobão que ficou com a tarefa de dar continuidade à produção do tradicional biscoito da Teixeira.

Biscoito da Teixeira de Lamego para saborear com café, vinho do Porto ou champanhe faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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