O ponto mais alto de Portugal continental fica num planalto, tem uma rotunda, dois centros comerciais e o acesso é por estrada alcatroada.
Foge à ideia habitual de um lugar ermo. Talvez por isso, é ponto de passagem obrigatória durante todo o ano.

Só quando há muita neve – um dos momentos mais esperados – é que os acessos rodoviários são cortados.
Com vento e nevoeiro torna-se inóspito e percebemos melhor o impacto dos 1993metros de altitude.
Com céu limpo a vista alcança a serra da Boa Viagem, junto à Figueira da Foz, a serra do Marão e, para Sul, a serra de S. Mamede, no distrito de Portalegre.

A cordilheira sempre teve um grande impacto em toda a região Centro de Portugal. Por outro lado, foi associada a lendas, a um lugar sagrado e referência da nacionalidade.
Um conjunto muito alargado de motivos que contribuiu para que a Torre seja muito visitada.

Diz Carla Ramos, que trabalha na Torre, que “muitas pessoas ficam por aqui ao longo do dia. Chegam de manhã e depois vão fazer caminhadas e tirar fotografias. Quando o tempo está bom toda a encosta da serra dá para tirar boas fotografias. Muitas ao pôr do sol. Há quem venha ao final do dia de propósito para tirar fotografias do pôr do sol.

Carla Ramos tem uma loja de produtos tradicionais num dos espaços comerciais. No Verão regista ainda a presença de emigrantes e de estrangeiros. “Sim, muitos. Mais espanhóis por causada pandemia”.

Vale Glaciar do Zêzere

Muitos vêm à procura da beleza natural. O planalto coberto de branco ou a aridez selvagem do Verão. Na Primavera e Outono é um excelente ponto de partida para caminhadas.
Geralmente as caminhadas são marcadas de Março a Outubro, para não apanharem neve. Muitas vezes começam na Torre. Deixam aqui os carros.

Loriga

Uns regressam a pé outros chegam de táxi. Vão para Manteigas, Sabugueiro, Unhais, Loriga e até para a Covilhã. Há trilhos que estão marcados para estes percursos.”
São poucas as construções na Torre.

Além dos dois pequenos centros comerciais, em edifícios térreos, destacam-se as duas torres com cúpula redonda e que foram antigos radares da Força Aérea utilizados pela Esquadra N.º 13 e desativados em 1971.

Há ainda a capela da Senhora do Ar e centenas de metros de subterrâneos que eram utilizados pelos militares, mas aos quais não temos acesso.

Destaca-se ainda uma torre de pedra, como se fosse uma fortaleza, mas que deve provocar confusão aos visitantes sobre o nome do lugar que antes se chamava Malhão da Serra.

A designação de Torre surge depois da construção de uma base de pedra que tem por cima um marco geodésico. O conjunto tem a altura de sete metros, o que faltava para a serra da Estrela atingir a altitude de dois mil metros. A construção foi em 1806 quando D. João (futuro D. João VI) era regente e após um levantamento com dados geográficos de Portugal Continental.

Covão da Ametade

Caminhar na serra da Estrela a partir da Torre faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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