Cortes do Meio pertence à rede das Aldeias de Montanha e todas as manhãs acorda a olhar para a vertente sul da Serra da Estrela. No ponto mais alto são as Penhas da Saúde e no vale, paralelo à aldeia, corre a ribeira de Cortes.
No percurso que acompanha a Freguesia há muitos poços, quase duas dezenas e, por isso, Cortes do Meio assume o estatuto de “Capital das Piscinas Naturais.”

Próximo da aldeia várias pessoas me destacaram os poços das Azenhas e do Funil.
Um dos motivos, segundo André Barata é porque “têm a sua beleza natural conservada. São os menos frequentados. O funil é basicamente um poço. Tem cerca de 4 metros de profundidade, é redondo e fica num vale. O das Azenhas é diferente. É numa zona de lagos, mais comprido.”

No caminho para estes poços vai ainda encontrar, ao lado de uma ponte, as paredes de um antigo lagar que aproveitava a força motriz da água.

A jusante da ribeira de Cortes, está o Poço da Monteira que foi aproveitado para praia fluvial. É onde estão dois moinhos que estão a ser reconstruídos para um projeto que  envolve ainda o forno comunitário da aldeia.
O projeto visa dar a conhecer a importância da moagem e do pão, num lugar escondido no meio da serra e com poucos recursos naturais.
Devido à forte inclinação das encostas da serra tiveram de improvisar socalcos para pequenos espaços agrícolas. A paisagem ainda está marcada por estas linhas circulares como também por pequenas construções de pedra e retangulares.

Muitas estão em ruínas, outras foram reabilitadas, foi desenvolvido um projeto e algumas casas até funcionam para Turismo Rural. Foram recuperadas.
Serviam para guardar o gado e tinham o nome de cortes. Daí, o nome de Cortes do Meio.  São em pedra e tinham o telhado em colmo de palha., segundo nos explicou Márcio Reis.

Na aldeia há muitas construções antigas que estão preservadas. Correspondem à casa típica beirã, mas com varanda e uma cobertura em madeira. Ruas inclinadas e muito estreitas acompanham a encosta com o campanário da igreja de S. Roque a servir de orientação.

Na base tem um painel de azulejos que revela ter sido restaurada recentemente. Um outro painel de azulejos, na Praceta do Quintela, evoca a antiga taberna.

Não muito longe, próximo do largo da igreja está a fonte de três bicas, muito associada a rituais de enamoramento no tempo em que Cortes do Meio tinha mais habitantes.

Houve muita emigração para França, Suíça e Canadá.
A industria dos lanifícios na Covilhã e no Tortosendo são a principal fonte de emprego.


A Junta de Freguesia tem online o mapa dos poços:
Cortes do Meio fica a cerca de 15 km da Covilhã e o acesso rodoviário é fácil.

Cortes do Meio a “Capital das Piscinas Naturais” faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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